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EQM – Experiências de Quase Morte

Experiências de Quase Morte - EQM

Experiências de Quase Morte - EQM

EQM - Experiências de Quase Morte
EQM – Experiências de Quase Morte

As Experiências de Quase Morte (EQM) têm fascinado tanto o público quanto a comunidade científica ao longo dos anos. O interesse pelas experiências de quase morte (EQM) tem ganhado espaço não apenas no campo científico, mas também na cultura pop.

Filmes como Além da Morte (2017), por exemplo, exploram o conceito de forma dramática e fictícia, retratando estudantes de medicina que induzem suas próprias experiências de quase morte em busca de respostas sobre a vida após a morte.

No entanto, ao contrário dessas experiências provocadas e artificialmente controladas, exploraremos a fundo o conceito de EQM, investigaremos as primeiras observações e documentações sobre EQMs, lançando luz sobre como esses fenômenos foram percebidos ao longo dos tempos.

Examinaremos também a metodologia científica aplicada no estudo das EQMs, discutindo como a ciência tenta explicar esses acontecimentos de pessoas que passaram por essas experiências de forma natural e involuntária — geralmente em situações de extremo risco de vida.

Esse será o primeiro conteúdo sobre Experiências de Quase Morte que irei escrever e em um futuro próximo estarei escrevendo outros complementares. Junte-se a mim nessa jornada para desvendar os mistérios das experiências no limiar entre a vida e a morte.

Relatos no Limiar da Vida

Relatos no Limiar da Vida

Ao longo dos séculos, médicos e pesquisadores têm se debruçado sobre os relatos de pacientes que, em seus momentos finais, vivenciaram experiências profundas e, muitas vezes, misteriosas.

Esses relatos, colhidos por profissionais da saúde em todo o mundo, envolvem visões, sons e sentimentos que desafiam explicações simples e oferecem um vislumbre do que pode acontecer quando a vida está prestes a se encerrar.

No início do século XX, o renomado psiquiatra suíço Carl Jung descreveu, em suas memórias, uma experiência de quase morte durante uma enfermidade.

Embora Jung tenha sobrevivido, suas visões e sensações enquanto esteve em coma lançaram luz sobre um fenômeno que se tornaria mais estudado ao longo das décadas. Ele relatou ver imagens poderosas de um “mundo superior”, descritas como uma sensação de elevação e transcendência. Seus relatos inspiraram muitos a estudar esses fenômenos.

Outro marco importante na pesquisa sobre as experiências de pessoas à beira da morte foi o trabalho do médico britânico William Barrett, que em seu livro Death-Bed Visions (Visões no Leito de Morte), publicado em 1926, documentou relatos de pacientes terminais que afirmavam ver entes queridos já falecidos ou presenciar cenários celestiais momentos antes de falecer.

Esses relatos, muitas vezes ignorados pela ciência da época, provocaram uma reflexão mais profunda sobre o que realmente ocorre nos últimos momentos de vida.

Mais recentemente, a partir de 1960, a pesquisadora médica Elizabeth Kübler-Ross (1926 – 2004), retomou, por iniciativa própria, os estudos dos casos extrassensoriais que ocorrem num leito de morte. A partir de 1969, ela se destacou na medicina e conquistou fama internacional, com o sucesso alcançado pelo seu livro A morte e o processo de morrer (On death and dying) sendo uma das primeiras a catalogar de forma sistemática as experiências de mais de 200 pacientes terminais a partir de 1967.

Em seus trabalhos, Elizabeth Kübler-Ross destacou que muitos de seus pacientes, momentos antes de morrer, relatavam visões de parentes já falecidos ou descreviam sentir uma paz incomparável. Esses relatos, segundo ela, desafiavam a visão puramente materialista da morte e abriam portas para o entendimento espiritual do processo.

As Primeiras Observações sobre EQM

As Primeiras Observações sobre EQM

As Experiências de Quase-Morte não são fenômenos modernos; elas têm sido documentadas desde a antiguidade. Relatos históricos de várias culturas incluem descrições de jornadas espirituais extraordinárias e encontros com o além, que são surpreendentemente similares às EQMs descritas nos tempos atuais.

O caso mais antigo de experiência da alma fora do seu corpo carnal está registrado no famoso livro A República, de Platão, publicado certa de 380 anos antes de Jesus.

Estas experiências eram frequentemente interpretadas através de lentes religiosas ou espirituais, consideradas visões do após-vida ou encontros com divindades.

Na era contemporânea, as primeiras observações sistemáticas sobre EQMs começaram no final do século XIX, mas foi somente na década de 1970 que o termo “Experiência de Quase Morte” foi cunhado pelo psiquiatra e pesquisador Raymond A. Moody Junior.

Moody compilou e estudou centenas de casos de EQMs e publicou suas descobertas no livro “Vida Depois da Vida“, que lançou uma nova onda de interesse e pesquisa científica sobre o assunto.

Além disso, os trabalhos de Moody, que se concentraram em coletar relatos de pacientes que haviam “morrido” clinicamente e retornado à vida, corroboraram os achados de outros pesquisadores, como Elizabeth Kübler-Ross.

Moody observou que muitos desses pacientes relatavam ver entidades ou luzes brilhantes, experiências encontradas nos relatos de pacientes terminais.

Entretanto, havia uma diferença essencial: enquanto as EQMs envolvem pessoas que retornam à vida após a experiência, muitos pacientes terminais que relataram visões semelhantes não sobreviveram. Para aqueles que retornaram a vida, guardaram nas memórias tudo o que tinha ocorrido com a sua consciência, enquanto o cérebro do corpo material esteve morto ou fora de atividade.

Esses relatos apresentam um mistério que continua a intrigar tanto a ciência quanto a espiritualidade, e reforçam o impacto de Moody na disseminação do estudo das EQMs.

Base e Metodologia Científica: EQM Sob a Lente da Ciência

Base e Metodologia Científica: EQM Sob a Lente da Ciência

A abordagem científica para estudar Experiências de Quase-Morte (EQM) envolve uma série de metodologias rigorosas, destinadas a separar as explicações anedóticas (baseada apenas em observação pessoal, coletada de maneira casual ou não sistemática) das evidências empíricas.

Os pesquisadores utilizam uma variedade de ferramentas e técnicas para investigar esses fenômenos, incluindo estudos de caso detalhados, análises estatísticas, e até experimentos controlados em ambientes clínicos.

Dr. Raymond A. Moody Junior analisou cerca de 150 relatos detalhados de EQMs para identificar os pontos em comum, dando início a suas pesquisas sistemáticas e continuou a coletar e estudar novos relatos ao longo de sua carreira, chegando a examinar mais de 1.000 casos onde consolidou 16 pontos em comum dessas experiências de EQMs.

Dr. Kenneth Ring, professor de Psicologia da Universidade de Connecticut, sentiu-se atraído em função das grandes repercussões alcançadas pelas obras publicadas pela Dr. Elizabeth Kübler-Ross e pelo Dr. Raymond A. Moody Junior, passando a se dedicar ao estudo dos casos de EQM, publicando em 1980 o livro Vida durante a morte, comprovando a veracidade das ocorrências e os fatos ou elementos contidos nos casos de EQM.

Um instrumento ou metodologia utilizada é a Escala de Bruce Greyson (Greyson Scale), um questionário prático desenvolvido para quantificar, com notas de 0 a 2, as 16 ocorrências mais comuns encontradas numa EQM:

  1. Mudança na percepção do tempo;
  2. Grau de aceleração nos pensamentos;
  3. Revisão dos eventos ocorridos no passado na vida;
  4. Grau de entendimento sobre si mesmo, os outros e o universo;
  5. Sentimento de alívio, tranquilidade, paz ou prazer;
  6. Sentimentos de alegria e felicidade;
  7. Sensação de estar em harmonia com o Universo;
  8. Visão de uma luz brilhante;
  9. Percepção de que os sentidos estão mais vívidos;
  10. Percepção extrassensorial de acontecimentos distantes;
  11. Percepção de cenas do futuro;
  12. Noção de que a consciência está existindo fora do corpo material;
  13. Noção de a consciência ter entrado num mundo desconhecido, estranho, místico ou sobrenatural;
  14. Encontro e audição de um ser ou presença mística;
  15. Visão de espíritos de falecidos ou de religiosos;
  16. Chegada a uma fronteira ou ponto de onde precisa retornar à vida por vontade própria ou contra a própria vontade.

Além das entrevistas, coleta e comparações de relatos, uma das principais metodologias é o estudo longitudinal, que acompanha indivíduos que passaram por EQMs ao longo de vários anos para observar mudanças duradouras em suas percepções, atitudes e até mesmo em sua saúde física e mental.

Outra abordagem comum é a comparação entre grupos, onde as experiências de indivíduos que tiveram EQMs são comparadas com aqueles que tiveram experiências de morte iminente sem relatos de EQM.

Além disso, a neurociência tem desempenhado um papel crucial na tentativa de entender as EQMs. Pesquisadores utilizam técnicas como a ressonância magnética funcional (fMRI) e o eletroencefalograma (EEG) para estudar a atividade cerebral de pessoas durante essas experiências. Essas investigações ajudam a identificar padrões de atividade neural que podem esclarecer os mecanismos subjacentes às EQMs.

Essa abordagem multidisciplinar permite aos cientistas uma compreensão mais profunda sobre como e por que as EQMs ocorrem, desafiando muitas vezes as fronteiras entre a ciência médica e as questões filosóficas sobre a vida, a morte e a consciência.

Pesquisadores e Pioneiros nas EQMs

A pesquisa sobre Experiências de Quase-Morte (EQM) deve muito a uma série de pesquisadores e pioneiros cujas contribuições têm moldado o entendimento atual desses fenômenos. Desde os primeiros estudos sistemáticos até as investigações contemporâneas, muitos profissionais têm dedicado suas carreiras a explorar este campo intrigante.

Raymond Moody, um dos mais notáveis pioneiros, lançou as bases para o estudo moderno das EQMs com seu livro “Vida Depois da Vida” em 1975. Ele foi o primeiro a popularizar o termo “Experiência de Quase-Morte” e suas pesquisas abriram caminho para uma nova área de estudo científico.

Outro nome de destaque é Elisabeth Kübler-Ross, conhecida por seu modelo dos cinco estágios do luto, que também investigou intensamente as EQMs. Suas obras ajudaram a destacar a importância de considerar aspectos psicológicos e espirituais em pacientes terminais, incluindo aqueles que passaram por EQMs.

Dr. Kenneth Ring, Dr. Charles Bruce Greyson e Dr. Jeffrey Long são outros importantes nomes que contribuíram significativamente para a compreensão das EQMs.

Dr. Kenneth Ring aprofundou o estudo dos efeitos a longo prazo das EQMs, mostrando que muitas pessoas experimentam transformações espirituais significativas após esses eventos.

Dr. Charles Bruce Greyson, criador da Greyson Scale, desenvolveu uma ferramenta para categorizar e medir EQMs com base em elementos recorrentes, ajudando a padronizar a pesquisa científica sobre o tema.

Dr. Jeffrey Long coletou milhares de relatos globais de EQMs, destacando a universalidade dessas experiências, independentemente de cultura ou religião.

Na esfera da neurociência, pesquisadores como Dr. Sam Parnia e Dr. Pim van Lommel têm conduzido estudos importantes sobre os aspectos fisiológicos das EQMs. Eles utilizam tecnologias avançadas para estudar a atividade cerebral e as funções corporais durante episódios de parada cardíaca, buscando compreender os mecanismos neurais que podem estar por trás dessas experiências.

Esses pesquisadores, juntamente com muitos outros em diversos campos, continuam a expandir nosso entendimento sobre as EQMs, desafiando concepções tradicionais de vida, morte e a continuidade da consciência.

Suas descobertas não apenas enriquecem o conhecimento científico, mas também oferecem conforto e novas perspectivas para aqueles que passaram por essas experiências profundamente transformadoras.

Conclusão

A pesquisa sobre as Experiências de Quase Morte (EQM) proporcionou uma visão mais profunda sobre a existência da alma, sua continuidade além da morte e sua jornada em outra dimensão.

Com o avanço das técnicas de ressuscitação na medicina moderna, o número de relatos de EQMs aumentou significativamente, permitindo que médicos e profissionais da saúde ouçam esses relatos com maior atenção e respeito.

O que antes era tratado com ceticismo, hoje é amplamente aceito como parte da experiência humana, incentivando diálogos mais abertos e investigações sérias por parte de médicos e pesquisadores.

A crescente aceitação e os relatos cada vez mais numerosos nos levam a uma conclusão inevitável: as EQMs desafiam a nossa compreensão convencional da vida e da morte, oferecendo vislumbres de uma realidade que ainda estamos longe de entender plenamente. Enquanto isso, a ciência continua avançando, e as histórias de quem esteve no limiar da vida nos lembram que há muito mais para explorar sobre a natureza da existência humana.

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