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Entendendo a Lei Divina ou Natural

Entendendo a Lei Divina ou Natural no Espiritismo

Entendendo a Lei Divina ou Natural no Espiritismo

Em seu sentido mais amplo, uma lei é uma regra fundamental que descreve os padrões observáveis na natureza e na sociedade. Ela pode ser física, como as leis da mecânica que regem os movimentos dos corpos, ou moral, como os princípios que orientam nossa conduta ética.

Mas será que essas leis são absolutas e imutáveis? À medida que avançamos em conhecimento e experiência, percebemos que muitas leis podem ser adaptativas, mudando conforme novas descobertas são feitas ou conforme variam as circunstâncias sociais e culturais de uma época para outra.

Hoje, vamos estudar a Lei divina ou natural, conforme apresentado no “O Livro dos Espíritos“. Como essas leis se comparam às leis humanas em termos de eternidade e imutabilidade? De que forma elas aplicam-se tanto no âmbito moral quanto material e influenciam nossa jornada espiritual e material?

Vamos compreender suas características, eternidade e como se aplicam tanto moral quanto materialmente. Acompanhe-nos nesta jornada de aprendizado e reflexão sobre as leis que regem nossa existência.

Características da Lei Divina ou Natural

Lei Divina ou Natural está na consciência humana

A Lei Divina ou Natural é descrita na questão 614, no Livro dos Espíritos, como a lei de Deus, a única verdadeira para a felicidade do homem. Ela indica o que devemos fazer ou deixar de fazer e somente quando nos afastamos dela é que nos tornamos infelizes.

A espiritualidade diz a Kardec que a lei é universal e imutável, assim como o próprio Deus. Não há lugar no universo onde a lei divina não prevaleça. Em qualquer planeta, a lei natural se manifesta, orientando tanto o comportamento moral quanto as relações materiais de seus habitantes.

Através dessa lei, compreendemos a harmonia que deve reinar em nossas ações.

Mesmo nas civilizações mais primitivas, há uma percepção instintiva da lei divina, embora imperfeita. Sentimos essa harmonia ou desarmonia internamente, como uma voz da nossa consciência que nos aponta o caminho certo.

621. Onde está escrita a lei de Deus?

“Na consciência.”

questão 621 – o livro dos espíritos

Assim, a lei natural não muda. O que muda são as leis humanas, que necessitam se adaptar ao progresso intelectual e moral da sociedade.

Enquanto a legislação humana é passível de erro e necessita de ajustes, a lei de Deus permanece inalterável desde a eternidade.

A Eternidade da Lei de Deus

Lei Divina ou Natural – A Eternidade da Lei de Deus

615. A lei de Deus é eterna?

“Eterna e imutável como o próprio Deus.”

questão 615 – o livro dos espíritos

A pergunta 615 do Livro dos Espíritos nos esclarece sobre a eternidade da lei de Deus. Segundo os espíritos, essa lei é eterna e imutável como o próprio Deus. Se as leis mudassem, implicaria que Deus havia mudado de opinião ou se enganado, o que é impossível.

Portanto, as leis divinas são perfeitas desde toda a eternidade. Elas se aplicam com a mesma precisão e justiça em qualquer parte do universo, independentemente do tempo ou do espaço.

Essa imutabilidade nos garante que os princípios que regem nossa felicidade e moralidade são constantes, permitindo um guia seguro para nossas ações e decisões.

Mesmo diante das inúmeras mudanças nas leis humanas, que buscam acompanhar o desenvolvimento e as necessidades das sociedades, a lei de Deus permanece firme e inalterada como sustentáculo da harmonia universal.

Sabemos internamente quando estamos alinhados ou não com essa lei, uma vez que ela está escrita na nossa consciência. Essa percepção nos ajuda a buscar um desenvolvimento contínuo e uma maior compreensão das verdades espirituais que regem nossa existência.

As Leis de Moisés e as Leis Divinas

Ilustração – As Leis de Moisés e as Leis Divinas

Na pergunta 616 do Livro dos Espíritos, encontramos uma reflexão sobre a relação entre as leis de Moisés e as leis divinas. Kardec questiona se Deus poderia ter prescrito aos homens, em tempos distintos, ordens contraditórias. A resposta dos espíritos é clara: Deus não muda, e se há mudanças nas leis, elas são de origem humana, não divina.

616. Será possível que Deus em certa época tenha instruído aos homens o que noutra época lhes proibiu?

“Deus não se engana. Os homens é que são obrigados a modificar suas leis, por serem imperfeitas. As de Deus, essas são perfeitas. A harmonia que reina no universo material, como no universo moral, se funda em leis estabelecidas por Deus desde toda a eternidade.”

questão 616 – o livro dos espíritos

Moisés, ao trazer os Dez Mandamentos, apresentou princípios oriundos das leis de Deus, mas também incluiu leis civis necessárias para governar e educar o povo daquela época.

A Lei de Deus se acha contida no preceito do amor ao próximo, ensinado por Jesus, e que encerra todos os deveres dos homens, uns para com os outros. Como a lei natural abrange todas as circunstâncias da vida, são necessárias regras precisas ao homem, para que não haja um grande número de portas abertas a diversas interpretações.

Por isso, Moisés dividiu a Lei de Deus em dez partes. A última lei, entretanto – a trazida por Jesus – é a mais importante, por ser a que faculta ao homem adiantar-se mais na vida espiritual, visto que resume todas as outras: “Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a ti mesmo”. Este é o roteiro seguro para vivenciarmos as leis divinas.

Com o passar do tempo, a evolução intelectual e moral da humanidade demandou a atualização dessas leis civis. No entanto, as revelações contidas nos Dez Mandamentos, como não matarás ou não furtarás, permanecem imutáveis porque são expressões diretas das leis divinas.

Essa distinção é crucial para entender que, enquanto as leis humanas são imperfeitas e sujeitas a mudanças, as leis divinas são perfeitas e eternas. Elas regem tanto o universo material quanto o moral e são a base para a harmonia e a felicidade humana em todos os tempos e lugares.

Leis Morais e Materiais

Ao abordar a questão 617 do Livro dos Espíritos, entendemos que as leis morais e materiais são ambas manifestações das leis divinas. Segundo os espíritos, todas as leis da natureza têm origem em Deus, que é o autor de toda a criação.

As leis materiais são estudadas pela ciência e regem o funcionamento do mundo físico, como as leis da física e da química. Estas são responsáveis pela ordem e a harmonia no universo material. Já as leis morais são aquelas que regulam o comportamento humano e suas interações tanto com os outros quanto com Deus.

O cientista busca entender as leis da matéria, enquanto o homem de bem estuda e pratica as leis da alma. Ambos os conjuntos de leis são essenciais para a evolução humana, pois permitem uma compreensão ampla da existência, indo além do aspecto puramente físico e abrangendo também a dimensão espiritual.

O homem materialista pode focar apenas nas leis que regem o mundo material, mas o verdadeiro progresso surge quando se busca viver conforme os princípios morais ensinados por várias religiões e filosofias.

O BEM é tudo o que é conforme à lei de Deus; o MAL, tudo o que lhe é contrário; Deus deu inteligência ao homem para distinguir uma da outra. Quanto mais nos predispusermos a praticar o BEM mais livre estaremos; a prática do MAL torna-nos escravos dos próprios vícios.

Por isso, o estudo e a aplicação das leis morais são fundamentais para a paz interna e a evolução espiritual, permitindo um desenvolvimento harmonioso entre o corpo e a alma.

Aplicação das Leis Divinas em Diferentes Mundos

Aplicação das Leis Divinas em Diferentes Mundos

Na pergunta 618 do Livro dos Espíritos, é discutida a aplicação das leis divinas em diferentes mundos. Os espíritos esclarecem que as leis divinas são universais, mas adaptadas à natureza específica de cada mundo e ao grau de progresso de seus habitantes.

Em mundos onde o desenvolvimento intelectual e moral é ainda primitivo, as leis divinas aplicam-se de modo a ajudar os habitantes a evoluírem a partir de seu estágio inicial, muitas vezes mais próximos ao instinto animal.

Conforme os planetas e suas populações avançam no caminho do progresso, as leis divinas se tornam mais complexas e detalhadas, proporcionando um guia mais refinado e adequado ao nível de compreensão e responsabilidade dos espíritos ali encarnados.

Isso reflete a justiça e a sabedoria divinas, que sempre oferecem as condições ideais para o crescimento e a aprendizagem em cada estágio do desenvolvimento.

Portanto, enquanto as leis materiais podem variar significativamente dependendo da composição física de cada globo, as leis morais ajustam-se ao grau de evolução moral dos seres que o habitam. Dessa forma, um planeta mais avançado moralmente terá habitantes com maior consciência das leis divinas, vivendo em maior harmonia com seus princípios.

Essa visão nos ajuda a entender que a evolução é um processo contínuo e universal, não restrito ao nosso planeta. Cada mundo, em suas particularidades, é um cenário onde as leis divinas operam para promover o crescimento dos espíritos, levando-os sempre a novos patamares de entendimento e harmonia, essa é a Lei de Progresso.

Divisão da Lei Divina ou Natural

Ilustração da Divisão da Lei Divina ou Natural

A lei natural foi dividida em dez partes, – entretanto, tal separação não é absoluta, pois cada parte interage em ato contínuo às demais. Trata-se apenas de uma disposição compreensiva às circunstâncias da vida.

Sobre todas elas atua a lei divina como elemento regulador.

Naturalmente estarei escrevendo um artigo mais completo de cada uma das leis divinas ou naturais.

Conclusão

Ao explorarmos as leis divinas ou naturais, percebemos a magnitude de uma ordem que transcende as fronteiras do conhecimento humano e molda as bases de nossa existência em múltiplos níveis.

Através do estudo detalhado dessas leis, como apresentado no Livro dos Espíritos, é possível compreender que, apesar da mutabilidade das leis humanas em resposta aos avanços culturais e morais, as leis divinas permanecem imutáveis e universais. Elas oferecem um guia constante para a moralidade e a harmonia, servindo como fundamentos eternos que sustentam a justiça e o equilíbrio em todos os mundos e em todas as eras.

Concluir nossa jornada de exploração dessas leis nos convida a refletir sobre como nossa vida diária e nossas interações refletem ou desviam-se desses princípios universais.

A compreensão e a aplicação consciente da lei de Deus na nossa vida não apenas nos orientam para uma existência mais harmoniosa, mas também nos instigam a contribuir para o progresso contínuo da humanidade.

Assim, cada passo em direção ao alinhamento com estas leis divinas não é apenas um ato de fé, mas também um ato de profundo compromisso com nosso desenvolvimento espiritual e coletivo.

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