Um Convite à Compreensão do Infinito
Adentrando no universo da espiritualidade e do conhecimento imaterial, deparamo-nos com questões que transcendem não apenas o nosso ser, mas a própria essência da linguagem e do pensamento que utilizamos para compreender o mundo ao nosso redor. Em nossa busca por respostas, chegamos a um ponto em que nos perguntamos: diante da grandeza insondável do cosmos e do mistério da própria existência, como poderíamos definir a fonte suprema de toda a criação, o princípio de tudo aquilo que existe?
3. Poderíamos dizer que Deus é o infinito?
“Definição incompleta. Pobreza da linguagem humana, insuficiente para definir o que está acima da linguagem dos homens.”
o livro dos espíritos – allan kardec
Compreendendo o Infinito através do Espiritismo
Ao mergulharmos na análise desta questão, percebemos que a definição do infinito escapa à nossa capacidade linguística e conceptual. Somos finitos e, como tais, lutamos para abarcar o ilimitado. O espiritismo nos ensina que Deus é a inteligência suprema e causa primária de todas as coisas; uma entidade que permeia e transcende o universo, não se limitando ao entendimento humano. Como espíritos em constante evolução, enfrentamos a dificuldade de conceber uma entidade que transcende tempo e espaço, que é, foi e sempre será.
Os textos fundamentais da doutrina espírita, assim como as lições contidas nas páginas do O Evangelho Segundo o Espiritismo, O céu e o inferno, e A gênese, buscam proporcionar um entendimento mais próximo da verdade etérea, embora sempre reconhecendo a limitação humana. Jesus, em Sua sabedoria, utilizou parábolas e discursos alegóricos para transmitir verdades espirituais, consciente das barreiras da compreensão humana – algo que a Bíblia reflete em seus textos.
“Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não há sondagem do seu entendimento.”
Isaías 40:28
A Linguagem Humana e o Infinito
O desafio de transmitir o conceito do infinito se assenta na natureza da linguagem humana, que é intrinsecamente atada à experiência humana, materialistas. Vivemos em um mundo de causa e efeito, começo e fim, e nossas palavras refletem essa realidade. Mas ao falar do Criador, falamos de uma realidade onde essas leis não se aplicam. As palavras sucumbem à grandiosidade da verdade última.
Refletindo sobre o passado, vemos que grandes pensadores da humanidade, desde filósofos antigos até cientistas modernos, tentaram encontrar meios de descrever o indescritível, de tocar o intocável. Toda tentativa, porém, termina em silêncio reverencial diante do mistério inefável que é Deus. Nos dias atuais, essa busca continua, e seja na profundidade do estudo científico ou no fervor da devoção religiosa, encontramos ecos da mesma verdade: a linguagem humana é um mapa, e não o território.
“Eu quero saber como Deus criou este mundo. Eu não estou interessado neste ou naquele fenômeno, no espectro deste ou daquele elemento. Eu quero saber os pensamentos Dele; o resto são detalhes.”
Albert Einstein
O Infinito na Vida Cotidiana
Como a nossa compreensão do infinito pode transformar nosso dia a dia? Cada momento nos convida a refletir sobre nossa própria finitude e a valorizar a jornada espiritual que nos leva, passo a passo, a uma conexão mais profunda com o sagrado. O espiritismo nos ensina a cultivar a melhoria contínua, abraçando a compaixão, a bondade e a busca pelo conhecimento. São essas as virtudes que nos afinam com a vibração do divino e nos revelam as verdades mais profundas do universo.