Como o Espiritismo Explica a Origem e a Superação do Temor da Morte Como o Espiritismo Explica a Origem e a Superação do Temor da Morte

Como o Espiritismo Explica a Origem e a Superação do Temor da Morte

O Espiritismo, através da doutrina Kardecista, oferece uma perspectiva única sobre a morte que difere substancialmente da visão materialista. Segundo a doutrina, a origem do temor da morte está profundamente enraizada na falta de compreensão sobre a verdadeira natureza do ser humano, que é imortal, e do propósito da vida.

Compreendendo a Imortalidade do Espírito

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Na questão 952 de “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec explora o porquê do homem temer a morte. A resposta esclarece que o medo advém da incerteza sobre o futuro, a dúvida sobre a continuidade da existência após a morte, e o apego às coisas terrenas. Dessa forma, espiritismo nos ensina que somos espíritos imortais em uma jornada de evolução, e que a morte é apenas uma transição para outra fase da existência.

A lógica da reencarnação e das leis morais, como a lei de causa e efeito, proporciona uma base para entender as experiências da vida, incluindo o sofrimento e a morte, como oportunidades para o aprendizado e crescimento espiritual. Esta visão ajuda a dissipar o medo da morte, transformando-o em uma compreensão de que cada vida é um degrau na longa escada do desenvolvimento espiritual.

Conhecimento Sobre a Vida Após a Morte

Após o desencarne, o espírito se desliga do corpo físico e retorna ao plano espiritual, que é considerado a verdadeira morada do ser. Este retorno é descrito como um despertar para a vida espiritual, onde o espírito se encontra em uma dimensão que corresponde ao seu nível evolutivo e às necessidades de seu aprendizado.

No mundo espiritual, os laços afetivos continuam, e o espírito tem a oportunidade de reencontrar entes queridos que já desencarnaram.

Os espíritos não sentem a necessidade de descanso, isso é uma necessidade do corpo, dessa forma os espíritos nunca estão ociosos. Eles realizam atividades que contribuem para seu crescimento espiritual e ajudam outros espíritos.

Isso pode incluir o estudo em escolas espirituais, o trabalho em hospitais espirituais ajudando espíritos recém desencarnados- a se adaptarem, ou mesmo atividades de auxílio a encarnados, através da inspiração e do amparo espiritual.

A vida no plano espiritual é, portanto, uma continuação do processo evolutivo, onde a educação e o aprimoramento moral são constantes.

Questão 155: “A alma, após a morte, conserva a sua individualidade?”

Resposta: “Sim, não a perde jamais. Que seria ela, se não a conservasse?”

Aceitação da Lei da Reencarnação

Além do trabalho e do estudo, o espírito no plano espiritual também se prepara para futuras reencarnações. Essa preparação envolve a avaliação das experiências passadas e a definição de objetivos para o próximo retorno à vida física. As reencarnações são vistas como oportunidades valiosas para o espírito enfrentar desafios específicos, reparar erros do passado e acelerar seu progresso espiritual.

A lei da reencarnação é central na doutrina espírita e ajuda a explicar muitas das injustiças aparentes do mundo, como o temor da morte. A aceitação dessa lei permite entender que cada vida é uma oportunidade de aprendizado e que a morte não interrompe o progresso do espírito, mas oferece uma nova chance de evolução.

Superando o Temor da Morte

O conhecimento sobre a vida após a morte oferecido pelo espiritismo traz uma perspectiva reconfortante e esperançosa. Compreender que a morte é apenas uma transição para uma existência contínua no plano espiritual, onde o amor, o aprendizado e o crescimento prosseguem, pode transformar a maneira como vivemos nossa vida terrena.

Esta transformação na maneira de viver nos leva a uma reflexão profunda sobre os verdadeiros valores que devem guiar nossa existência. Se a vida terrena é uma etapa passageira em nossa jornada espiritual, então o acúmulo de bens materiais e o apego excessivo às posses temporárias se revelam não apenas inúteis, mas também dificuldades ao nosso progresso.

Desapego dos Bens Terrenos

Deixar de lado a preocupação com coisas materiais ajuda muito a não ter medo da morte. Quando a gente entende que tudo que é material não dura pra sempre, que nossa família e amigos estão aqui para nos auxiliar, e que o que realmente importa são as qualidades boas que a gente tem e como a gente cresce por dentro, começamos a dar menos valor ao que é passageiro e mais ao que é permanente.

Prática da Caridade e do Amor ao Próximo

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O espiritismo nos ensina que o desapego dos bens terrenos abre caminho para a prática da caridade e do amor ao próximo, virtudes essenciais do crescimento espiritual e moral. Ao ajudar os outros, o espírito se eleva e se harmoniza com as leis de Deus, percebendo que a verdadeira vida não está limitada à existência física.

Prece Como Ferramentas de Conexão e Auxílio

A prece é um meio de conexão com o plano espiritual e de auxílio tanto para quem ora quanto para aqueles por quem se ora. Essa prática ajuda a fortalecer a fé e a confiança na continuidade da vida, reduzindo o medo e a ansiedade associados à morte.

Questão 666: “Podemos orar por nós mesmos?”
Resposta: “Podeis, pois muitas vezes não tendes a ajuda de mais ninguém senão de Deus. Se vos julgardes indignos da sua misericórdia, invocai-a em favor dos vossos amigos, para os Espíritos que vos são caros, seja neste mundo, seja no outro; muitas vezes, ao fazê-lo, vossos bons amigos espirituais virão em vosso auxílio.”

Livro dos Espíritos – Allan Kardec

O Espiritismo, refletindo os ensinamentos profundos de Jesus sobre a eternidade da alma e a continuidade da vida após a morte, nos oferece uma visão tranquilizadora que diminui nosso temor da morte e do desconhecido. Jesus, com sua mensagem de amor incondicional, compaixão e dedicação ao próximo e modelo para todos nós, mostrou-nos o caminho para uma existência plena e significativa.

Seguindo esses ensinamentos, a doutrina espírita nos encoraja a aprender, a praticar o bem incessantemente e a desenvolver nossa espiritualidade. Assim, podemos encarar a morte não como o fim, mas como uma etapa natural de transição para uma nova forma de vida, repleta de paz e continuidade no além-túmulo.

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